Galeria do Salão
Medieval
GUELRA | ARTE
TOTAL – LABORATÓRIO DE TRANSCRIAÇÃO COREOGRÁFICA
Residência
Artística e Workshop com João Luis Catalão
Workshop |
sábado das 10h às 13h [gratuito com limite de 12 participantes]
Apresentação |
sábado 29 de abril às 17h30 [entrada livre]
A
Guelra
– Laboratório de Transcriação Coreográfica, é um laboratório
transdisciplinar
desenvolvido pela Arte Total desde 2012. Funciona como residência
artística que culmina com uma apresentação pública final. O projecto é
apoiado pelo Ministério da Cultura, através
do programa de apoio quadrienal da DGArtes à estrutura Arte Total. Esta edição realiza-se na Galeria do Salão Medieval na Largo do Paço em parceria com o Conselho Cultural da Universidade do Minho..
João
Luis Catalão
é um artista, curador e programador cultural cujo trabalho incorpora uma
forte dimensão conceptual coreográfica e que já colaborou com a Arte
Total em
diversos projectos. Esta residência
artística realiza-se de 24 a 29 de abril, com apresentação pública no dia 29 de
Abril às 17h30. A residência está associada à inauguração da exposição DO ALTO
DAS MONTANHAS AO FUNDO DOS MARES – RÉMIGES, RESPIROS E PILOTIS, do mesmo autor,
que acontece no próprio dia 29 às 16h. A entrada é livre em ambos os eventos.
A Arte Total, em parceria com o Conselho Cultural da Universidade do Minho, organiza ainda um workshop com o artista
convidado aberto a todos os interessados em conhecer e aprofundar o processo de
criação desta residência artística e da exposição que lhe está associada. A
perspectiva é transcoreográfica. O workshop realiza-se no dia 29 de Abril, das
10h às 13h, na Galeria do Salão Medieval no Largo do Paço. A inscrição é
gratuita, com limite máximo de 12 participantes, e pode ser feita no Conselho
Cultural da Universidade do Minho pelo telefone 253601139.
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No conjunto de edifícios de diferentes
épocas que compõem o antigo Paço Arquiepiscopal funcionam actualmente, além da
Reitoria e de alguns serviços da Universidade, a Biblioteca Pública e o Arquivo
Distrital de Braga. É um lugar complexo de memória e entrelaçamento. A
acumulação de sedimentos colectivos e históricos constitui um campo
privilegiado de ressurgência da cidade. Dos seus ritmos, projecções e
interligações invisíveis no passado e no presente. Os invisíveis são vozes que dançam. Nos anos cinquenta o Diário
do Minho editava uma coluna denominada “movimento de navios”. No dia 29 de
abril de 1950 o jornal exibia na capa a fotografia do basquetebolista americano
de origem croata George Mikan com a mulher e o filho recém-nascido. Encontrei a
imagem tipográfica original no jardim da livraria Centésima Página. O mesmo
jornal noticiou em 1950 que um navio norueguês tinha embarcado em Lisboa 3
milhões de pés de oliveiras para o México. Em 1993 a Biblioteca Pública
organizou um ciclo de conferências sobre arqueologia a que chamou “do fundo dos
mares ao alto das montanhas”. É essa dimensão poética da respiração e do
movimento que esta guelra muito subjectivamente retoma. Do alto das montanhas
ao fundo dos mares. A inversão de sentido tem um significado de retorno. A
luz emitida pelos objectos que se aproximam sofre um desvio para o azul. A luz
emitida pelos objectos que se afastam sofre um desvio para o vermelho. O azul
foi a cor das anilhas dos pombos-correios no ano passado. O vermelho é a cor
das anilhas este ano. “O livro dos olhos e das águas” é um livro de baptismo
imaginário. Invoco aqui um livro imaginário para falar dos navios que se movem
em terra firme. Para mim é uma forma de coreografia de um não coreógrafo.
João Luis Catalão, Fevereiro 2017
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[João Luis Acciaiuoli Catalão é artista, curador e
programador cultural. Nasceu em Coimbra em 1961 e é licenciado em Gestão de
Empresas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde frequentou ainda a
licenciatura em Biologia e a Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Viveu no
Lobito e trabalhou na área de Estudos de Mercado no Brasil, Londres e Lisboa.
Iniciou um projecto artístico pessoal a partir do Museu dos Biscainhos quando
regressou a Braga em 2001. Organiza e participa desde então em diversos
projectos artísticos e culturais. Foi fundador e programador da Clarabóia –
Agenda Cultural da Casa do Professor e fez parte da direcção artística da
Guelra – Laboratório de Transcriação Coreográfica. Colaborou, entre outros, com
a Imerge – Ideias Emergentes no Porto, Universidade do Minho, Arte Total, Galeria
Show me, Civitas Braga, Centésima Página, Velha-a-Branca, Sindicato de Poesia,
GNRation, Encontros da Imagem, Cineclube de Joane, Cineclube Aurélio da Paz dos
Reis, Mapa Use It Braga e Close-Up – Observatório de Cinema de Famalicão. A
partir do seu acervo e universo artísticos, com múltiplas interligações
narrativas e conceptuais e ênfase nas dimensões éticas, poéticas
e coreográficas, desenvolve actualmente o projecto Escola de Navios – Foldenfjord
Homing Museum.]
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